terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Ideias para indemnizações

Estava aqui a pensar na vidinha e num programa que vi hoje na Sic Notícias, o "60 minutos". Neste programa, passou mais uma historinha de uns quantos americanos que pretendem indemnizações por terem tirado cursos profissionais em escolas que prometiam mundos e fundos, tendo depois constatado que o destino, na maior parte dos casos, era o desemprego.
Ora, toda a gente sabe dos famosos casos de pedidos de indemnização (e a maior parte deles ganhos) de americanos muitíssimo vitimados porque o seu cérebro não estava a funcionar em perfeitas condições, estando eles, por isso, impedidos de o utilizarem, atribuindo assim as culpas a uma qualquer empresa.
São exemplo disto estes brilhantes casos: 


  • Mães que pediram indemnizações brutais à McDonalds por os seus filhos serem uns autênticos texugos devido às refeições frequentes nestes restaurantes (sim, porque o McDonalds tem culpa por as mães não conseguirem controlar o nível de enchimento do bandulho dos filhos);
  • A senhora que se queimou com um café quente e achou que era obrigação de quem lhe serviu o café, ter avisado (pelos vistos, nos Estados Unidos, o café deve servir-se frio...);
  • O coitadinho do gato que foi dizimado num micro-ondas porque a sua dona achou que este aparelho seria excelente para o secar depois de uma banhoca;
  • As famílias de algumas pessoas que morreram de cancro do pulmão porque nenhuma alma neste planeta sabia que fumar aumentava os riscos de aparecimento de cancro do pulmão (toda a gente devia estar convencida que o fumo dos cigarros era bom porque tornava os pulmões negros e, como é sabido, a cor preta está sempre na moda).

Então, como eu estava a dizer, neste programa "60 minutos" as novas vítimas de paragem cerebral que exigiam indemnizações eram americanos indefesos que tinham pago milhares de dólares por um curso profissional, pois foram abordados pelas escolas fornecedoras de tais cursos, que lhes diziam que a escola era altamente conceituada nas áreas que leccionava e que a taxa de inserção no mundo do emprego era quase de 100%.
Ora bem, eu penso que me arrisco que alguém me peça uma indemnização se eu disser que ninguém, com o cérebro suficientemente desenvolvido, iria comprar cursos de milhares de dólares sem se informar de que escola se tratava e que referências possuía. Mas isto sou eu que digo. Se calhar ainda vão dizer que eu tenho a mania que sei usar o cérebro e tal, não sei.

Se cá em Portugal a moda pegar, gostaria de deixar aqui, desde já, umas sugestões a todos aqueles que acham que aquilo que está acima do pescoço é completamente inútil e serve única e exclusivamente para usar chapéu e óculos de sol. Fiquem, então, atentos a possíveis indemnizações que possam receber quando:
  • Tiverem 60 anos de idade e o oftalmologista vos disser que vão precisar de usar óculos porque estão com a vista cansada. Culpem as lojas que vos venderam computadores, porque nunca vos disseram que passar horas a fio em frente a um monitor prejudica a visão, até porque nem se sente isso ao fim de um dia de trabalho a olhar para o dito cujo;
  • Frequentarem um ginásio uma vez por semana, durante 30 minutos, e passarem este tempo com os amigos, na sala da musculação, para pôr as fofocas em dia e, automaticamente, não emagrecerem 20 quilos. O ginásio devia ter-vos informado que não é a presença dentro das suas instalações que emagrece, mas sim a prática de exercício físico;
  • Após irem, durante 10 anos consecutivos, a um solário todas as semanas, adquirirem um aspecto de quem está completamente acabado e ter um cancro da pele diagnosticado. Processem o laboratório do creme anti-rugas que usam, que sempre disse que as rugas desapareceriam, sem vos ter informado que a exposição solar regular (mesmo a artificial) estragaria os efeitos do creme. Quanto ao cancro da pele, tentem sacar uma indemnização ao fabricante das lâmpadas das máquinas de solário, que não escreveram avisos por toda a máquina a dizer "Sessões de solário frequentes podem causar cancro da pele e fazer com que aparente ter 80 anos de idade quando, na realidade, tiver só atingido 30 anos de idade";
  • Fizerem aquilo que é conhecido por "queimada" no meio de um mato densamente florestado, com o tempo seco e, preferencialmente, num dia ventoso e, inexplicavelmente, o fogo propagar-se até atingir as dimensões de um incêndio gigantesco, com alguém a morrer queimado. Os bombeiros devem pagar uma indemnização choruda aos familiares da vítima porque não chegaram a tempo de consertar a bela cagada que a vítima fez e porque não possuiam, na altura, poderes sobre-naturais que lhes permitisse fazer chover torrencialmente.
  • Tiverem ataques de riso a ver os programas de televisão "Malucos do Riso", "Maré Alta", "Zero em Comportamento", "Camilo em Sarilhos", "Camilo na Prisão", "Camilo na Paragem do Autocarro", "Camilo no Bar de Alterne" ou "Camilo com Prisão de Ventre". A estação de televisão que passa estes programas deve pagar uma imdenização de milhares de euros por ter feito com que os espectadores fizessem figura de atrasados mentais profundos.
  • Assistirem a uma telenovela da TVI em que a história principal não anda à volta de uns gémeos que foram separados à nascença ou de um casal que se separou há 60 anos e o homem descobre que tem um filho dessa relação. A TVI sempre habituou os espectadores a novelas com estas histórias e, se alterar a regra, irá defraudar as expectativas de muita gente.

Quem é amiga, quem é?

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