sábado, 15 de agosto de 2015

Fenómenos modernos: putos agarrados ao telemóvel

Hoje decidi falar de adolescentes. Aquela malta que anda ali entre os 13 e os 19 anos (se bem que hoje em dia conheço muita gente onde esta fase dura até aos 29 anos no mínimo) e que tem um hábito que me dispõe mal: a total dependência do telemóvel. 


Isto começou a ser evidente para mim quando comecei a prestar atenção aos putos que passeiam os cães na rua. Não há um único miúdo que saia à rua com o cão sem ir completamente corcunda e de olhos esbugalhados colados ao ecrã do telemóvel. Acho que se tivessem na mão uma foto da Sara Sampaio despida mesmo assim não produzia o mesmo efeito, mas eu compreenderia melhor. A prova do estado de transe que o telemóvel provoca foi quando vi um destes miúdos a pisar o cocó que o próprio cão tinha acabado de fazer à sua frente e, mesmo assim, só reparou que o tinha pisado porque quase fez sku na merda. Se os telemóveis existissem durante a guerra do Golfo ela tinha acabado muito mais depressa: era só encher aquilo tudo de minas, distribuir telemóveis e vir embora. Garanto que não tinha havido uma única mina que ficasse por pisar.

Há uns anos valentes vi um documentário onde mostravam umas camisas de noite que as senhoras usavam há uns séculos e que tinha um buraquinho perto da zona genital e que elas tinham que usar sempre que o marido queria festarola, de forma a que o homem pudesse satisfazer as necessidades sem haver contacto físico indecente. Ora viver a vida pelo telemóvel é tão estúpido como pinar através de um buraco numa cortina. 

Já alguém reparou nos anúncios de operadoras dirigidas aos putos de hoje em dia? Começa logo pelo nome de alguns pacotes, como o WTF e o slogan "Tá-se tudo a passar". Imagino sempre esta frase proferida por um adolescente fanhoso a cuspir-se todo. Oferecem pacote de dados ilimitado em tudo o que é app de redes sociais e chat. Conversar com pessoas também é de graça e ilimitado, mas isso já implica saber falar frases completas. O anúncio de televisão tem cores psicadélicas e uma música capaz de causar ataques epiléticos - curiosamente é exactamente assim que sempre imaginei ser o que passaria pela cabeça de uma pessoa depois de fritar o cérebro com droga.

Os adolescentes de hoje são capazes de escrever umas 100 sms num dia a declararem-se à rapariga de quem gostam mas depois, quando a veem cara a cara, dão-lhe dois beijinhos para a cumprimentar e vão-se embora - a intensidade que demonstram atrás de um ecrã desilude muito quando comparada à intensidade no contacto pessoal. A desilusão sentida pelas miúdas é comparável à desilusão que uma mulher adulta sente quando o mais recente namorado com corpo e cara de um deus se revela um embuste e não consegue aguentar-se durante mais de 30 segundos e já em esforço.

Verdade que o afrouxamento do entusiasmo nos putos pode dever-se ao facto da rapariga ser também um embuste - aquelas que na foto de perfil do Facebook parecem que têm um peito tamanho 38 mas que, ao vivo, fica-se a saber que afinal tinham cortado a foto de modo a não se perceber que estavam a usar os joelhos encostados ao peito para fazer volume. Os mais velhos lembram-se que houve uma burla semelhante nos seios durante os anos 90 quando foram lançados os Wonderbra.

Quando eu fui adolescente tudo acontecia a um ritmo muito mais devagar mas tenho a certeza que vivenciava tudo com muito mais intensidade, com a vantagem dos anúncios dirigidos a mim não me tratarem como se eu fosse uma deficiente mental que só sabia comunicar por símbolos hieróglifos e articular monossílabos tipo tásse, fdx e bué


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