Ainda a
propósito da revista Happy Woman, não vou falar de questionários mas sim de
temas tão importantes da actualidade como: os melhores cremes anti-manchas, os
melhores cortes de cabelo para cada rosto, as tendências outono-inverno e fashion mistakes.
Não, isto
de repente não se tornou um blog de
moda. Estes são o nome de artigos publicados pela Happy no ano passado. E este
ano. E arrisco a dizer, para o ano também. Uma total originalidade de temas de
um ano para o outro, portanto. Quando comparo o conteúdo de cada tema do ano
passado com o mesmo tema deste ano, notam-se grandes evoluções. Veja-se a
seguir.
A Happy
Woman de Novembro de 2011 trouxe o artigo “As melhores fórmulas anti-manchas
eleitas por um júri”. Dez meses depois, encontra-se o artigo “Aqui estão os
melhores anti-manchas eleitos pelos especialistas”.
Ambos os artigos contêm um
Top 3 de cremes anti-manchas, mais umas menções honrosas. Interessante observar
que aquilo que há 10 meses atrás era um top creme anti-manchas, agora é
considerado merda porque nem aparece no Top3 nem nas menções honrosas. De
certeza que isso significa que, nestes 10 meses, os progressos científicos no
tratamento anti-manchas foram tão vertiginosos que a Happy se viu na obrigação
de mudar o Top 3. Não passa pela cabeça de nenhuma alma, com manchas no rosto, que neste espaço de
tempo algumas marcas de cosmética chegaram-se fortemente à frente, com guito
do bom e do grande, para patrocinar a posição em que o seu creme aparece.
Passando ao
tema dos cortes de cabelo, ainda na edição de Novembro de 2011 a Happy Woman
publicou um artigo onde explica quais são os melhores cortes de cabelo para
cada tipo de rosto e tom de pele, e as tendências, em cortes de cabelo, para o
Outono/Inverno daquele ano.
Ao dia de
hoje volto a encontrar outro artigo interessantíssimo sobre cabelos, na edição
de Setembro de 2012. Este artigo mais recente fala dos melhores cortes de
cabelo para cada tipo de rosto...e para cada tom de pele...e as tendências, em
cortes de cabelo, para o Outono/Inverno.
Em 2011 diz
a Happy que “Esta estação [Outono/Inverno] o mote é o glamour absoluto”.
E para o
Outono/Inverno de 2012 é revelado que ”estamos de volta ao espírito do
glamour”. Alguém na Happy não percebeu que nunca se deixou o glamour, pelos vistos.
Verdadeiramente
diferente e entusiasmante foi ver, na edição de Agosto de 2011, quais seriam as
tendências Outono/Inverno, em vestuário, para aquele ano. Em 2012 a Happy
atrasou um mês esse artigo e revelou, agora em Setembro, quais as tendências
Outono/Inverno actuais, em vestuário (os cabelos já foram vistos). Não coube em
mim de alegria, fui logo ver o que de diferente haveria para este ano, com as
expectativas bem upa-upa.
Se em 2011
a tendência para o Outono/Inverno era a inspirations
60’s, em que a revista afirma que “a elegência extravagante dos anos 60
voltou”, em 2012 tudo mudou radicalmente. Em 2012, a Happy anuncia que a tendência
para este Outono/Inverno é o look 60’s,
comentando “esta estação, os anos 60 marcam presença”. Alguém na Happy também não reparou que os anos 60 já estavam presentes desde o ano passado, pelo menos. Ele e o glamour dos cabelos combinaram ir ficando.
Mas não é
tudo. O ano passado também estava na moda o geometric,
que a revista explica como sendo “a tendência minimalista [que] assume os
formatos geométricos”. Em 2012, muda tudo e temos o optical game que é, de acordo com a Happy, “os padrões
geométricos”. Muda o nome, mas a coisa geométrica é a mesma.
Em 2013, para não ser muito aborrecido, acho que também deveriam mudar o nome que dão ao glamour dos cabelos e aos anos 60. Assim só para disfarçar, porque já sabemos que em 2013 essas vão voltar a ser as tendências, pelo menos para a Happy. Ao glamour dos cabelos poder-se-ía chamar de hair chic e aos anos 60 poder-se-ía chamar fashion bimbo. É bonito, Happy, autorizo-vos a usar isto.
Se calhar
para tornar bem claro o que está na moda e o que não está, a Happy também
publicou este mês o artigo Fashion Mistakes. Ou seja, aquilo que está out.
Confesso que quando li o artigo tive uma sensação estranha de dejà-vu, como se
tivesse lido na edição de Setembro do ano passado, página 118, um artigo
chamado...espera, estou a ver se me lembro...ah, já sei, chamava-se Fashion
Mistakes.
Fica claro
que a Happy é amiga do ambiente porque leva a reciclagem muito a sério. Imagino
como será o eco-ponto de temas que a Happy deve ter no seu escritório: um
contentor cor-de-rosa, onde os jornalistas enfiam as páginas com temas de anos
anteriores. Depois vem alguém com um camião do lixo e leva tudo para uma
estação de reciclagem de temas. As páginas são despejadas num tapete rolante e
passa por uma área, onde estão umas pessoas vestidas com uns fatos especiais,
que fazem uma primeira triagem: retiram as folhas que foram usadas para limpar
o rabo (umas 99 folhas em 100) e deixam passar o resto. As folhas limpas
vão então ter à secretária de umas pessoas que sabem escrever bem e depressa e
que pegam nos textos e escrevem exactamente a mesma coisa, mas com palavras
diferentes (uma das ferramentas fundamentais destes funcionários é um
dicionário de sinónimos, sempre ao lado do computador).
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